Em Aracata, a 500 quilômetros de Salvador, no sul da Bahia, uma ação inusitada vem chamando a atenção dos moradores da região. Recentemente uma Unidade Básica de Saúde foi inaugurada na zona rural do município. Um fato comum, se não fosse pela sua construção, a UBS foi financiada de forma independente pelo vice-prefeito da cidade, Wladimir Bonfim (PSB), e a obra realizada em regime de mutirão pelos moradores da comunidade.

A UBS fica dentro do Assentamento Rio Aliança, uma comunidade que abriga cerca de 60 famílias. Antes da unidade construída pelo vice-prefeito, o posto de saúde mais próximo ficava a cinco quilômetros de distância.

Segundo Wladimir, que é médico, a principal motivação foi contribuir com a sua comunidade. “Por ser assentado e compreender as lutas que sempre tivemos que travar para que pudéssemos ter acesso aos serviços mais básicos, assumi o compromisso, ainda na eleição, que contribuiria com a gestão na tentativa de reparar essas injustiças impostas a nós, trabalhadores sem terra. Não consegui fazer isso através do governo municipal do qual fazia parte por embates com a atual gestão, então mantive meu compromisso pessoal”, pontuou.

O médico formado em Cuba, disse ainda que escolheu o Assentamento Rio Aliança para realizar a ação pela falta de estrutura do posto anterior. “O Rio Aliança detinha a unidade mais precária de todo município. Na verdade, os atendimentos aconteciam em uma sala cedida pela própria comunidade que não ofertava privacidade no atendimento, não tinha condições de equipar para que os médicos pudessem fazer um bom trabalho. Era algo improvisado. O posto de saúde que oferecia a mínima condição de funcionamento ficava a cinco quilômetros da comunidade”, conta.

A partir de outubro, quando foi inaugurada a nova UBS, a realidade é diferente. “Hoje dispomos de uma estrutura com três consultórios, dois banheiros, copa e recepção”, pontua. O vice-prefeito entende a ação como uma retribuição. “Meu processo formativo me ensinou que solidariedade não é compartilhar o que nos sobra, mas sim dividir o que temos. Não sei viver de forma diferente ao que são iguais a mim. Sempre estive convicto que só sou médico graças ao movimento dos Trabalhadores Sem Terra, assim, o mínimo que posso fazer é retribuir a confiança em mim depositada”.

Ele reforça a influência do PSB em suas ações. “Até ser vice-prefeito, nunca havia pensado na política partidária. Quando coloquei meu nome para servir à população de Arataca, procurei um partido que dialogasse com meus ideais e processo formativo, no PSB encontrei isso. Encontrei um partido coerente e com valores socialistas que dialogam diretamente com o que sou. O Partido Socialista Brasileiro me respalda e inspira a continuar fazendo o que faço”, finaliza.

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