O vereador Silvio Humberto (PSB) será agraciado com a Comenda Abdias Nascimento, distinção do Senado Federal às pessoas que trabalham na luta contra o preconceito racial e pela valorização da cultura afro-brasileira.

Sílvio Humberto integra a lista de homenageados ao lado dos cantores e compositores Gilberto Gil e Martinho da Vila, do ator Milton Gonçalves, do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves; e da militante do movimento negro Edna Almeida Lourenço, conhecida como Ekdje Edna de Oiyá; e Francisco José do Nascimento (in memoriam).

O esforço para democratizar o acesso à universidade, traduzido pela criação do Instituto Steve Biko, em 1994, justificou a escolha do nome do economista e professor Silvio Humberto dos Passos Cunha entre os 20 indicados ao Conselho da Comenda, que tem como presidente e vice-presidente, respectivamente, os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Lídice da Mata (PSB-BA), autores do projeto de resolução que instituiu a distinção.

“É uma honra incomensurável receber uma comenda que homenageia uma referência, um ícone da resistência negra e da luta antirracista no Brasil e no mundo. Foi por meio de Abdias do Nascimento que dei meus primeiros passos para a compreensão da realidade do negro no Brasil. A sua obra o Genocídio do Negro Brasileiro, me marcou, me transformou, respondeu inquietações e mais do que tudo, me apresentou o sentido da luta. Ter o prazer de conhecê-lo em vida e constatar que os anos de fato chegam, mas o espírito rebelde do militante não envelhece, é deveras inspirador”, declarou Sílvio Humberto.

A cerimônia de entrega da Comenda Abdias do Nascimento será realizada em novembro, mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra. No último dia 14 de março foi celebrado o centenário de nascimento do ativista da luta contra o racismo, falecido em 2011.

Escritor, jornalista, teatrólogo e acadêmico, Abdias fundou em 1948 o jornal O Quilombo, que deu voz a grupos sociais alijados da grande mídia. Com a edição do AI-5, em 1968, Abdias Nascimento foi para o exílio nos Estados Unidos e ficou 13 anos longe do Brasil. Ele foi senador pelo estado do Rio de Janeiro entre 1997 a 1999, assumindo a cadeira após a morte de Darcy Ribeiro, em fevereiro de 1997.

“Trata-se de uma personalidade brasileira, cuja vida dedicou à luta sem trégua contra o racismo, pela dignidade e afirmação da cultura e valores da população negra em nosso País e em todo mundo. Todas as homenagens que lhe prestarmos  serão justas, porém pequenas ante esse gigante da luta antirracista”, destacou a senadora Lídice da Mata.

 

Assessoria de imprensa

23/07/14