Durante a realização do Ciclo de Debates sobre Cultura em Tempos de Pandemia, na noite desta segunda-feira (3), foi noticiado o falecimento do ex-secretário de Cultura, professor e pré-candidato a vereador de Salvador pelo PSB, Jorge Portugal. Com a presença de pré-candidatas e candidatos, expositores, integrantes do PSB e representantes da Cultura e Educação, os presidentes estadual e municipal, Lídice da Mata e Silvio Humberto, e a deputada estadual Fabíola Mansur lamentaram o ocorrido com este educador que deixa um legado para estes segmentos na Bahia e no Brasil.

A presidente do PSB, deputada federal Lídice da Mata, relembrou momentos da juventude ao lado de Portugal e reiterou a defesa da Cultura brasileira e baiana.

“Eu estava acompanhando desde o primeiro momento em que soube da notícia que Portugal estava internado. Conheço Portugal desde a minha juventude. Nós estudamos juntos no Central, na mesma sala, em 1973. Entramos juntos na universidade. Ele fez Psicologia e eu Economia. Nós vivíamos os mesmos movimentos, as mesmas manifestações. Tivemos uma grande convivência em tempo nosso de universidade. Depois disso, naquele período final, Jorge, antes mesmo de terminar o seu curso, se projetou na vida cultural nacional. Fez grandes sucessos com algumas músicas. Também se transformou não só em um grande artista, mas um grande professor. Ele pôde transformar essa matéria de estudo, que é a Língua Portuguesa, em uma coisa leve e divertida de se aprender. Tenho certeza que em homenagem a Jorge, é continuar falando disso que foi a referência de sua vida: a Cultura, Educação, a Arte. Em nome de Jorge, haveremos de continuar a nossa luta em defesa da cultura brasileira e baiana”, afirmou a socialista.

O presidente da legenda em Salvador, o vereador Sílvio Humberto, lembrou com emoção da primeira aula inaugural do Instituto Cultural Beneficente Steve Biko, explanada por Jorge Portugal, entre 1992 e 1993.

“Há 28 anos, Jorge Portugal ofereceu o antigo Colégio Einstein para a Steve Biko funcionar. Nós tivemos nossa primeira aula inaugural com Jorge Portugal entre 1992 e 1993. Sempre solidário. Sempre generoso. É algo que nos deixa muito sentido. Nós perdemos um grande companheiro, mas a gente precisa seguir. Como dizem os antigos, Deus sabe o que faz e que ele descanse em paz. E ficará pelas suas obras e o seu legado. Lembro da na primeira vez que eu o vi foi em 1980. Siga em paz, meu irmão. Siga em paz”, lamentou Silvio Humberto.

Fabíola Mansur que é presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) homenageia o “santamarense” que tanto lutou pela Educação.

“É com muita tristeza que a gente vê, não apenas Jorge falecer, mas o que ele representa vai ficar vivo. Mas sempre a gente fica muito mais triste quando falece não só o professor, um ex-secretário de Cultura, mas sobretudo um poeta, nesse mundo que carece tanto da poesia. Um poeta que eu acompanhei quando assumi a Comissão de Cultura da ALBA. Acompanhei o poeta brigando por orçamento, brigando pela cultura, brigando contra outras pastas tão mais fortes e com a delicadeza, com a força e com o vigor que realmente me fez admirá-lo ainda mais como grande professor que é para área de Educação. Esse santamarense, um companheiro das lutas, um cara admirável que a gente só lamenta, mas concorda quando é uma homenagem e uma coincidência que a gente esteja debatendo Cultura nesse momento que ele vai para o andar de cima”, homenageia Fabíola Mansur.

ETERNO POETA

Jorge Portugal é natural de Santo Amaro. Além de ex-secretário estadual de Cultura, ele era poeta, professor, letrista e compositor. Apresentador e idealizador do programa de TV Aprovado, Portugal também acumulou entre seu legado de sucesso algumas parcerias, a exemplo de “A Massa” com Raimundo Sodré e “Só Se Vê Na Bahia”, com Roberto Mendes.