Dando sequência à série de debates dentro do Seminário de Formação “PSB Pensando a Bahia”, o Partido Socialista realizou, nesta segunda-feira (5), no Ciranda Café Cultura e Arte, no Rio Vermelho, em Salvador, uma mesa redonda abordando o tema Saúde Pública. O seminário integra a proposta do partido de discutir temas da atualidade com os parlamentares, lideranças e militantes, como forma de capacitar o quadro político para as próximas eleições.

Mediado pela presidente estadual do PSB, senadora Lídice da Mata, o seminário contou com a participação da professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), da Universidade Federal da Bahia, Lígia Maria Vieira da Silva e da coordenadora do curso de Pós-Graduação do ISC, Glória Teixeira. Ressaltando que há a disseminação de uma falsa ideia que “o Sistema Único de Saúde foi pensado para atender os pobres”, a médica Lígia Vieira, que no final da década de 1980 foi secretária de saúde do município de Camaçari, explicou que “apesar de ter tido um retrocesso no governo de Fernando Collor, do governo Lula pra cá a agenda da reforma sanitária se desempenhou de forma espetacular no Brasil”, explica.

Segundo a professora, houve uma série de inovações como, por exemplo, a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), o Programa de Internação Domiciliar, ampliação de postos e centros de saúde, bem como o número de equipes que, de 1994 a 2011, atingiu a marca de 30 mil profissionais.

Precarização – “A sociedade só vê o que o SUS não faz. O cidadão não consegue um atendimento digno em um hospital público porque, embora o SUS remunere valores mais altos do que os planos de saúde, os hospitais conveniados ao SUS dão preferência ao atendimento particular e dos convênios”, enfatiza Glória Teixeira.

Para a coordenadora do curso de Pós-Graduação do ISC, essa distorção explica o porquê da resistência dos médicos em aderir ao Sistema: “O SUS está dominado pelo privado e não oferece oportunidade de carreira aos profissionais. Quando você tem uma relação de trabalho pouco atrativa é natural que a categoria não queira fazer adesões”, critica.

De acordo com a vereadora Fabíola Mansur, médica oftalmologista e favorável à destinação de 10% do PIB para saúde “o SUS que foi idealizado há 25 anos e o SUS que a sociedade deseja ainda está muito distante, pois falta vontade política para fortalecer o Sistema”. Segundo Fabíola, Salvador se apresenta como uma das piores capitais do País em atenção básica, com apenas 3,7% da cobertura.

O seminário de Saúde Pública contou com a participação dos vereadores socialistas Silvio Humberto (Salvador), Jarbas Júnior (Itacaré), Latinha (Guanambi); do presidente do PSB de Santa Maria da Vitória, Antônio Lisboa; do agente de saúde Enádio Careca; Lupi Sino, presidente do PSB de Camaçari; do primeiro-secretário do PSB, Rodrigo Hita; da assessora especial da Secretaria do Meio Ambiente, Célia Bandeira; do presidente do PSB de Remanso, Dirceu Régis; do membro da executiva do PSB de Salvador e líder sindical, Samuel Nonato; da secretária de Mulheres Luciana Cruz; do secretário Sindical Claudemir Nonato, entre outros.

Fonte: Ascom PSB-Bahia