A Secretaria Nacional de Mulheres nasce de um desejo de muitas mulheres, espalhadas por todos os cantos do país, de contribuírem para a construção de uma sociedade mais justa. E da consciência de que uma sociedade mais justa deve contemplar a igualdade entre os gêneros e o fim da discriminação contra as mulheres. A determinação de transformar o PSB em um partido mais feminista e mais feminino impulsionou mais de 500 companheiras, que se reuniram no I Congresso Nacional de Mulheres do PSB.

Desde esse momento, a ocupação de espaços de poder, o fim da violência contra a mulher, a atenção e cuidado com a sua saúde, a luta pela igualdade de gênero no campo do trabalho e o reconhecimento da importância do papel da mulher na sociedade tem sido a pauta do trabalho da Secretaria.

Reconhecendo que ainda há muito que avançar, é importante destacar que houve um importante crescimento da presença de mulheres no PSB, nas instâncias de poder e nas eleições em todas as esferas.

Investir na formação de mulheres é investir no crescimento político de mais de 50% da população e eleitorado brasileiros, portanto, uma decisão acertada. Pensando nisso, o Congresso Nacional aprovou proposição da Deputada Luiza Erundina (PSB), que destina 5% da aplicação do Recurso do Fundo Partidário para promoção de políticas para as mulheres, e a destinação de 10% do tempo fixado da propaganda partidária para promover e difundir a participação política feminina.

O compromisso da Secretaria Nacional de Mulheres é fortalecer a presença das mulheres em todos os espaços da sociedade. E o compromisso das mulheres socialistas é lutar pela igualdade de oportunidades para tod@s e todos!

 Como nasceu a SNM

A Secretaria Nacional de Mulheres foi constituída no ano de 1999 durante o VII Congresso Nacional do PSB. A primeira Secretária Nacional de Mulheres foi a companheira Mari Trindade Machado, do PSB do Rio Grande do Sul, Estado que já havia construído a Secretaria Estadual de Mulheres em 1998. A primeira executiva nacional foi integrada pelas companheiras Dora Pires (PE), Leyde Pedroso (MS), Lila Rollemberg (DF), Neide Lima (ES), Amélia Freire (RN) e Lúcia Carvalho (CE).

Após a constituição da Secretaria, as mulheres passaram a ter assento formalmente na Executiva Nacional do partido e o trabalho foi iniciado com a organização de secretarias em todos os Estados do Brasil. A grande tarefa que se colocava para o período era estimular as mulheres socialistas a participarem intensamente nas decisões do partido e fortalecer as candidaturas de mulheres em todos os níveis.

Mari Trindade Machado foi Secretária Nacional de Mulheres por três gestões, período em que foi trabalhada a formação política das mulheres, em parceria e com o apoio da Fundação João Mangabeira, a inserção nos movimentos sociais, bem como a construção da visibilidade interna da secretaria e o reconhecimento nos movimentos de mulheres da sociedade e de outros partidos.

Em 2004 e 2005 a Secretaria intensificou o diálogo com o Governo Federal, passando a integrar o Fórum Nacional de Instância de Mulheres de Partidos, colaborando de forma propositiva com a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres e participando do Conselho Nacional de Direitos da Mulher. Ainda nesse período, a SNM foi a única secretaria de mulheres partidárias a participar da organização da I Conferência Nacional de Mulheres do País.

Em 2005, elege-se a Secretária Nacional Dora Pires, que foi secretaria estadual de mulheres de Pernambuco e que exerce a função até os dias de hoje. Dora deu continuidade ao trabalho de organização e fortalecimento da Secretaria Nacional de Mulheres do partido, ao trabalho de formação política, a criação e organização de secretarias estaduais, hoje com núcleo em todos os estados e, em especial, ao incentivo às candidaturas femininas.

Durante os três mandatos, Dora Pires vem incentivando a presença das mulheres socialistas nos fóruns de debates nacionais, de mulheres partidárias, e promoveu grande investimento nas relações internacionais, construindo a interlocução da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB com Fóruns de discussões internacionais e com as secretarias de mulheres de partidos políticos da América Latina. No último Congresso Nacional de Mulheres, realizado em 2011 houve pela primeira vez, a participação de oito observadoras internacionais de sete países da América do Sul.

Em comemoração aos dez anos da Secretaria, e em parceria com a Fundação João Mangabeira, foi realizado o I Seminário Internacional das Mulheres, um marco na história da SNM. Representantes femininas do Equador, Chile, Argentina, Bolívia, Uruguai e China estiveram presentes. O foco do Seminário foi a troca de experiências entre os países, a formação política e o estímulo às candidaturas de mulheres socialistas.

Desde a criação até os dias atuais, é importante ressaltar, a Secretaria tem trabalhado intensamente nos diversos Congressos e Encontros realizados na construção de uma Plataforma Política de Mulheres a ser assumida e implementada pelos governos socialistas. Em suas deliberações internas este é um objetivo permanente: transformar em políticas públicas as demandas das mulheres.

Hoje, temos secretarias ou coordenadorias das mulheres em vários governos socialistas e isto pode ser considerado um avanço importante.

A presença das mulheres do PSB no Congresso Nacional também cresceu. Atualmente temos uma senadora, Lídice da Mata, da Bahia, e elegemos 5 deputadas federais: Luiza Erundina (SP), Janete Capiberibe (AP), Sandra Rosado (RN), Keiko Ota (SP) e Ana Arraes (PE), hoje exercendo a função de ministra do Tribunal de Contas da União.

Neste ano de 2012, estamos preparando para o mês de maio o I Encontro Nacional de Candidatas a Prefeitas do PSB, que será realizado em Porto de Galinhas/ Pernambuco e contará com a presença de companheiras socialistas do PSB do Brasil inteiro.

Esta é uma bonita história, de mulheres de todas as regiões, com faces diferentes, sonhos, paixões e razões. É uma história humana que foi escrita em muitas reuniões, viagens, debates, cursos, encontros e confraternizações. É uma história de ideal, ideal da construção de um partido que seja um instrumento de transformação. É uma história de sonho, acalentada por muitos anos, com abnegação e sacrifício, muitas vezes não compreendida, mas hoje muito respeitada pelos homens do PSB. Desta história, cada uma fez parte de uma forma, em sua cidade, no seu bairro, em seu Estado… E cada linha tem o traço feminino da mão de uma mulher socialista.

Usamos o símbolo do Espelho de Vênus, no pescoço da Pomba da Paz do PSB, para marcarmos, com feminilidade, esse ambiente político tão masculino. O símbolo do círculo com uma pequena cruz equilateral representa o gênero feminino e simboliza um espelho na mão da deusa. Na mitologia romana a imagem remete à deusa Vênus, e na mitologia grega, à deusa Afrodite. Ambas são deusas do amor e da beleza.

O espelho é a revelação da verdade. Reflete a face e os olhos de quem o usa. Longe de ser um símbolo meramente de orgulho e vaidade, este simboliza a janela da alma.

Com a alma, coragem e determinação, nós as mulheres socialistas, estamos construindo a nossa história e a história do nosso partido.

A história das mulheres no Brasil e no mundo está sempre evidenciada pela persistência política na busca da edificação de uma sociedade mais justa, mais igual e mais humana. São trajetórias de transformações, de regras sendo quebradas e revelando nomes de mulheres que são exemplos através dos tempos.

Hoje é possível comemorar os 100 anos do dia internacional da mulher, os 80 anos do voto feminino, a Lei Maria da Penha e a descriminalização do aborto de anencéfalos e o reconhecimento das relações homoafetivas. Muitos foram os desafios ao longo da história. Na cronologia que segue será possível conhecer as várias nuances dessa luta e as mais diversas maneiras de enfrentamento das desigualdades nos quatro cantos do mundo. Essas informações são valiosas e devem ser reconhecidas, aplaudidas, reverenciadas e tomadas como um exemplo a ser seguido e um estímulo para novas conquistas.