A candidata do PSB ao governo da Bahia, Lídice da Mata, disse nesta quarta-feira (10) que a existência das políticas de inclusão nas universidades públicas, a exemplo das cotas para afrodescendentes e estudantes da rede pública, não retira do Governo do Estado a responsabilidade de investir em melhorias na educação básica.

“As políticas de inclusão implantadas nas universidades federais e estaduais não representam, isoladamente, uma oferta real de oportunidades para a juventude; a responsabilidade do governo de investir em educação de base continua existindo”, disse, durante sabatina na Associação do Ministério Público do Estado da Bahia, em referência à necessidade de melhorias na educação básica.

De acordo com a argumentação da candidata, os problemas de base enfrentados pelos estudantes da escola pública continuarão tendo repercussões negativas na vida deles não só durante a vida estudantil, mas também na profissional. Nesse contexto, ela destacou as disparidades entre os filhos de famílias ricas e os de menor renda:

“As diferenças começam desde o ensino infantil. Enquanto os de classe média são alfabetizados na idade certa, ou até antes, isso não ocorre com os mais pobres”, criticou. “Mais tarde, porém, quando eles chegam ao ensino médio, há um grande hiato entre eles na disputa por vagas na universidade e, em seguida, grandes diferenças na competição do mercado de trabalho”, disse.

Para que as políticas de inclusão social nas universidades sejam eficazes, segundo Lídice, o governo deve ter a coragem de estabelecer a educação básica como prioridade. “É preciso priorizar, com coragem, a educação de base para garantir uma inclusão social verdadeira”, afirmou. “As escolas têm que ter qualidade, têm que ser atrativas para o estudante”, destacou.

No programa de governo do PSB, a educação é considerada prioridade absoluta. O carro-chefe do programa de Lídice é a implantação de uma forte rede de escolas com ensino em tempo integral, que inclua não só as matérias tradicionais – como português, matemática e ciências naturais –, como também o acesso à cultura, a prática esportiva e à educação cidadã.

Efeitos – Lídice ressaltou os efeitos de uma política de educação eficiente sobre outras áreas, como saúde e segurança pública. “Sem escola de qualidade, é impossível pensar em uma política de segurança pública”, disse. “Sem uma escola atraente e eficiente no ensino médio, que é a obrigação constitucional dos estados, os jovens ficam vulneráveis ao canto de sereia da criminalidade. Com uma formação sólida que dê perspectivas, o crime fica menos atraente”, afirmou.

Lídice também destacou os efeitos da educação sobre a saúde básica. “Sabemos que é cada vez mais importante investir em saúde preventiva. A educação é também essencial nesse sentido. O jovem aprende sobre saúde na escola e leva o conhecimento para casa, ajudando toda a família a ter melhores hábitos de saúde e se prevenir de doenças”, explicou.

No encontro, Lídice apresentou os principais pontos do seu programa de governo e respondeu a perguntas de promotores e procuradores do Ministério Público em áreas como segurança, orçamento, finanças, direito do consumidor, políticas para crianças e adolescentes e administração penitenciária. A sabatina foi conduzida pelo presidente da associação, Alexandre Soares Cruz, e contou com as perguntas de outros seis membros associados.

Equipe Lídice 40