Clarissa Cristina Oliveira Gonçalves, conhecida como Cristina Gonçalves, é uma mulher cega, tem 60 anos, é professora aposentada e atriz. Ela é casada, tem dois filhos e um neto. Filha de camponeses que vieram a Salvador diretamente dos municípios de Jequié e Ipiaú, Cristina perdeu a visão aos 23 anos e, desde então, trava uma luta contra o preconceito. Sua trajetória de militância e ativismo social somam 34 anos. Ela está na disputa eleitoral em uma chapa coletiva com mais três pessoas cegas.

Sua vida foi marcada por lutas contra todo o preconceito vivenciado a longo destes anos. Mesmo diante de todas as dificuldades, Cristina Gonçalves conquistou funções e cargos de destaque em sua carreira profissional e de militância. Ela é idealizadora do Fórum de Cultura da Bahia, coordenadora executiva da região Nordeste do PSB Inclusão, licenciada da Coordenação Administrativa da Associação Baiana Para Cultura e Inclusão (ABACI) e conselheira licenciada dos Conselhos Estaduais de Saúde e de Direitos da Pessoa com Deficiência.

Na política, candidatou-se, pela primeira vez, a vereadora em 2016, pelo PSB. Não obteve êxito, mas o trabalho seguiu firme. Ela retorna à disputa eleitoral como pré-candidata a deputada estadual em chapa coletiva com Jadson Alves, filósofo e professor; Cláudia Lima, professora aposentada e gestora do projeto Massagem às Cegas e Rita Ribeiro, vice-coordenadora do Fórum Baiano de Pessoas Cegas, dançarina profissional e ativista da Cultura Acessível.

Suas principais bandeiras são: em defesa dos Direitos Humanos, na luta pelas questões de Gênero, Pessoas com Deficiência e a Cultura quanto emancipação social.

Perda da visão e o preconceito

A pré-candidata do PSB Inclusão nasceu com a visão considerada normal. Aos dois anos, descobriu a Síndrome de Marfã, que causa interferências no coração e perdas da visão. Aos 23 anos, Cristina, que já era casada, tinha uma filha e estava ingressando em uma universidade, quando perdeu a visão. Fez reabilitação no Instituto dos Cegos e uma primeira cirurgia, onde recuperou 30% da capacidade de enxergar. Com o passar do tempo, fez uma nova cirurgia e perdeu completamente a visão.

Voltou para a reabilitação, onde teve que lidar com as dificuldades e todo o preconceito ao retornar para a universidade. “Não existia acessos e a dificuldade foi extremamente gigante”, desabafa Cristina Gonçalves, que venceu, mas continua em luta constante.

Coordenação de Comunicação do PSB Bahia
Cássia Bandeira
Jornalista – DRT: 5210/BA