O Dia da Consciência Negra foi comemorado Senado com uma sessão especial onde personalidades que se destacam na luta em defesa da promoção da cultura afro-brasileira foram agraciadas com a Comenda Abdias Nascimento. Autora da iniciativa, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), juntamente com o senador Paulo Paim (PT-RS), destacaram os altos índices de violência contra negros – e também brancos -, e se comprometeram a continuar defendendo a implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que irá investigar o maior número de mortes de jovens negros no Brasil. Na faixa etária de 15 a 29 anos, pretos e pardos representam 77% das vítimas de assassinatos no País. E mais ainda: nos últimos dez anos (de 2002 a 2012), os homicídios de jovens negros cresceram 32,4% enquanto os de jovens brancos reduziram 32,3%.

De acordo com a senadora Lídice da Mata, apesar de  Brasil possuir mais da metade de sua população de origem africana, de ter sua alma e seu corpo impregnado da cultura e das manifestações artísticas e religiosas de origem negra, de ter uma gigantesca contribuição civilizatória – tanto material quanto imaterial – dos descendentes de africanos, ainda assim, persistem as consequências trágicas do mais longo período de escravidão já vivido na história moderna da humanidade.” É sempre bom lembrar que o Brasil foi o último país de mundo a extinguir a escravidão e que ela vigorou aqui durante 286 anos, afligindo, humilhando e levando a dor e o sofrimento a milhões de afro brasileiros” enfatizou.

Foram agraciados com a Comenda Abdias Nascimento o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ); os músicos Martinho da Vila e Gilberto Gil; a militante do movimento negro Edna Almeida Lourenço, conhecida como Ekdje Edna de Oiyá; o ator Milton Gonçalves; o professor e vereador baiano Silvio Humberto dos Passos Cunha, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); e, in memoriam, o pescador Francisco José do Nascimento (1839-1914), chamado de “Dragão do Mar”, que ficou famoso por ter ajudado na libertação de inúmeros escravos em 1884, no Ceará, quatro anos antes da abolição da escravatura no Brasil.

 

Assessoria Lídice da Mata