Com mais de 120 participantes, o PSB discutiu, na noite desta quarta-feira (29), a cidade que está posta e a que se pretende ter no futuro, através do seminário intitulado “A Cor dessa cidade sou eu”. O encontro mediado pelo arquiteto e mestre em Cultura e Sociedade, Zulu Araújo, contou com as exposições do vereador Silvio Humberto, que é professor doutor da UEFS, a cientista política é professora doutora do IFBA , Waneska Cunha e a professora de Direito Tributário e auditora-fiscal do Município, Karla Borges.
A presidente do PSB na capital baiana, Cássia Magalhães, abriu o encontro e criticou a atual gestão da prefeitura de Salvador. Segundo ela, as políticas públicas da cidade não contemplam a sua população de fato.
O vereador Silvio Humberto destacou que a capital baiana precisa ser um indutor de justiça social, tributária, e que precisa se importar mais com as pessoas. “É isso que fará a diferença nesta cidade. Fizemos uma reflexão do lugar da população negra que faz o dia a dia desta cidade. Salvador nao vai romper o ciclo vicioso da pobreza, enquanto não houver a inclusão da população negra”, avaliou.
Waneska Cunha também defendeu que a cidade precisa ter um olhar voltado para a igualdade racial. “É importante que a gente centralize o discurso na questão racial. A gente está numa Salvador que tem 80% da população negra e é preciso pensar os negros ocupando os espaços de poder”
Karla Borges criticou a política tributária do município e lembrou que o poder público ataca os negros e os mais pobres com uma cobrança de impostos que classifica como injusta “Defendemos uma tributação solidária, onde sejam preservadas a transparência e a dignidade da pessoa humana. A gente quer que a cidade enxergue aqueles que estão invisíveis e passe a adotar políticas públicas inclusivas de uma tributação mais justa”
Já Zulu Araújo classificou a atividade como bastante positiva, uma vez que reuniu intelectuais, lideranças de bairro, profissionais liberais, educadores, espelhando a verdadeira população que mora em Salvador. “A gente tratou da cidade que temos, com todas as suas dificuldades. Precisamos conquistar não somente a simbologia desta cidade, mas a igualdade real, fazendo com que as políticas públicas cheguem àqueles que representam a maioria da população”.