No dia 13 de agosto, o Partido Socialista Brasileiro presta homenagem a dois líderes que marcaram a história do partido e do país. Miguel Arraes de Alencar e Eduardo Campos, falecidos em 2005 e 2014, respectivamente, presidiram o PSB e deixaram um legado de defesa dos ideais progressistas, das causas populares e da democracia.

Na última semana, o Congresso Nacional aprovou a inclusão de Arraes no livro Heróis da Pátria, o que deverá ser sancionado pelo presidente da República.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirma que Miguel Arraes e Eduardo Campos representaram os ideais de justiça social e de desenvolvimento autônomo do Brasil. “Em um momento tão difícil do país, mais do que nunca, o legado desses dois socialistas é inspirador e nos encoraja a enfrentar a luta diária contra os retrocessos, a perda de direitos, o conservadorismo”, afirma.

Miguel Arraes refletiu com profundidade sobre a questão nacional, os desafios estratégicos do Brasil e os interesses do povo, com quem “mantinha um vínculo raro, para um homem público, de companheirismo e confiança”, recorda Siqueira.

Eduardo Campos, lembra o presidente do PSB, foi um político vigoroso com atuação marcante no parlamento e no executivo, que soube combinar a defesa das bandeiras históricas com ações inovadoras na gestão pública.

“Em comum, dr. Arraes e Eduardo deram a sua contribuição para a luta em defesa dos interesses do país e de seu povo”, resume.

Arraes – Deputado estadual, prefeito, deputado federal, três vezes governador de Pernambuco, refundador e presidente nacional do PSB, Arraes teve a vida pública marcada pelo compromisso com a redução das desigualdades sociais, a melhora das condições de vida no campo, a educação de qualidade e a luta em defesa da democracia brasileira.

Implementou em Pernambuco o Movimento de Cultura Popular e novos métodos de alfabetização de adultos, que logo se espalhou pelo país, e impôs às velhas oligarquias do Estado o famoso ‘Acordo do campo’, mediante o qual os usineiros foram obrigados a pagar o salário mínimo aos trabalhadores rurais explorados.

Líder nacional da esquerda, deposto em 1964, encarcerado em Fernando de Noronha, preso no Rio de Janeiro e exilado na Argélia, manteve a luta contra a ditadura, retornando ao Brasil depois de 15 anos, em 1979, com a Anistia. Presidiu o PSB entre 1993 e 2005, ano de sua morte.

Campos – Herdeiro de uma tradição democrática e popular, cuja grande referência é o ex-governador Miguel Arraes, seu avô, Eduardo Campos foi expoente de uma nova geração de políticos brasileiros.

Construiu uma trajetória política incomum: em pouco mais de 30 anos, foi deputado estadual e federal, secretário de Estado, governador reeleito e ministro da Ciência e Tecnologia.

Considerado por cinco vezes o melhor governador do Brasil, Campos tinha 90% de aprovação ao deixar o Palácio do Campo das Princesas. Casado com a economista Renata de Andrade Lima, teve cinco filhos: Maria Eduarda, João, Pedro, José e Miguel.

Presidiu o PSB entre 2005 e 2014, quando se tornou candidato à presidência da República e enfrentou o maior desafio da sua trajetória política.

Durante campanha presidencial, percorreu o país apresentando suas ideias e, por onde passava, ganhava a confiança de milhões de pessoas. No dia 13 de agosto, porém, um acidente aéreo em Santos (SP) resultou em sua trágica e prematura morte.