Dia 7 de abril, quando se comemora o dia mundial da saúde, foi feito um pacto durante Sessão Regimental ‘O Samu e a Regulação das Emergências de Salvador’, realizada nesta segunda (07), no plenário da Câmara Municipal. Proposto pela vice-presidente da Comissão de Saúde, vereadora Fabíola Mansur (PSB) foram extraídas algumas deliberações do encontro que contou com a participação dos secretários estadual e municipal de Saúde, Washington Couto e José Antônio Rodrigues, respectivamente, do coordenador do Samu, Ivan Paiva, e presidente das entidades de classe.

No pacto pela saúde feito pelos presentes na sessão ficou estabelecido que todos os esforços serão feitos no sentido de reduzir o número de trotes, uma das principais queixas do Samu; será feita a gestão dos leitos de retaguarda.

Como deliberação da sessão regimental, definiu-se que será criado um grupo de trabalho que vai propor audiências com senadores, deputados estaduais e federais, além de vereadores para exigir a votação do projeto de iniciativa popular que visa o repasse de 10% da receita bruta da União para o SUS. O lobby venceu a primeira batalha porque conseguiu tirar a matéria de pauta. Entretanto, Fabíola conclama a sociedade para, unida, lutar pela saúde pública de qualidade.

Segundo a vereadora socialista, todos os participantes da sessão se comprometeram a lutar contra o subfinanciamento do SUS e pela melhora do Sistema Único de Saúde. “O SUS faz mais com muito pouco”, diz.

Os convidados da sessão também fizeram um alerta sobre o plano de contingenciamento da saúde para grandes eventos, a exemplo da Copa do Mundo, que acontece entre junho e julho no Brasil. “Se há contingenciamento para a mobilidade, que é mandar as pessoas ficarem em casa nos dias de jogo, então a saúde precisa elabora seu plano com urgência”, falou Fabíola.

Durante a sessão foram apresentadas quatro palestras envolvendo o tema. Na primeira palestra temática, a médica Vincenza Lorusso mostrou que a regulação (sistema de acolhimento de solicitações de ajuda efetuado por um médico com o propósito de triar, distribuir e monitorar o socorro de forma efetiva) é uma matemática que não fecha porque “o sistema de saúde não acompanha o crescimento e o envelhecimento da população”.

O médico Ivan de Mattos Paiva, coordenador do serviço móvel, falou sobre as dificuldades enfrentadas pelo serviço. Ele apontou para a redução do número de médicos do Samu, por conta da demanda e das condições de trabalho, e mostrou que “a superpopulação das redes hospitalares, os trotes, o trânsito caótico de Salvador, o endereço inadequado e a não regulação dos pacientes” são algumas das dificuldades enfrentadas.

O “quadro desastroso da saúde no Estado e no Município” foi apontado pelo médico José Abelardo Garcia de Meneses, presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), que defendeu uma maior distribuição de renda da União para os municípios. Ele pediu mais atenção para a média complexidade, vendo como “grande gargalo da saúde”, e indicou investimentos em prevenção.

Ascom vereadora Fabíola Mansur