“Escola Bilíngue já!”, “Nossos direitos não são escutados e depois nós é que somos os surdos”. Com palavras de ordem como essas, a comunidade surda de Salvador se mobilizou na noite de ontem (26) na Praça Newton Hick, em frente ao Shopping Iguatemi, para chamar a atenção para o Dia Nacional do Surdo e declarar seu apoio à candidatura do professor Milton Bezerra Filho (PSB) a vereador.

 

Em repouso médico até sexta-feira (28), a presidente estadual do PSB, senadora Lídice da Mata, não pode se fazer presente à atividade, mas expressou seu apoio à comunidade surda e a Milton pelo Facebook.

 

“No Dia Nacional dos Surdos, presto minhas homenagens a todos e em especial ao nosso companheiro de partido Milton Bezerra Filho, o primeiro pedagogo surdo da Bahia, candidato a vereador pelo PSB em Salvador”, publicou.

 

Com a tradução da Língua Brasileira de Sinais (Libras) feita por sua esposa, a psicóloga Márcia Araújo, Milton explicou que os surdos não são acomodados.

 

“Lutamos sempre pela inclusão da nossa comunidade e o Dia 26 de Setembro – data em que foi fundado o Instituto Nacional dos Surdos (INS) – é um momento de grande importância para dar visibilidade às nossas lutas”, afirmou.

 

Também falando por Libras, o jovem Sandoval Silva disse que os surdos sofrem bastante com o descaso das autoridades brasileiras e defendeu a eleição do primeiro vereador surdo de Salvador.

 

“Países como a França e a Inglaterra adotam a língua de sinais em suas escolas. Eleger Milton vereador em Salvador é um passo importante para acabar com a opressão da comunidade surda”, afirmou.

 

Primeiro professor de educação física surdo da Bahia, Bruno Pedra disse por Libras que estudar sem intérprete é um sofrimento muito grande.

 

“Precisamos de políticas públicas em esporte e lazer também para os surdos. Gostaria de saber o que Salvador fará para tornar a Copa acessível a nossa comunidade”, questionou.

 

Coordenadora do Núcleo de Saúde do Centro de Estudos Culturais e Linguísticos Surdos (Ceclis), Márcia Araújo chamou a atenção para a inexistência de creches para crianças surdas na Bahia.

 

“Já é possível diagnosticar a surdez em bebês por meio do teste da orelhinha, mas não existem creches para crianças surdas na Bahia, o que dificulta a aprendizagem, além de causar sofrimento às crianças e a seus familiares”, asseverou.

# Para visualizar a galeria de fotos da atividade acesse http://www.facebook.com/esquerda.democratica.