A importância do crescimento das mulheres em atuação nas esferas politicas, com espaços de fala, de poder, paridade de gêneros nestas ocupações, violência contra a mulher e o racismo, fizeram parte da discussão da quarta edição do Seminário Formação Política das Mulheres Socialistas do PSB na Bahia, neste sábado (19), em Salvador. A exposição do tema teve contribuição da vice-governadora do Espírito Santo, Jaqueline Moraes, primeira representante negra a ocupar este cargo em seu estado. Na oportunidade, o site nenhumamulheramenos.com foi lançado.

Estiveram presentes na composição da mesa, a deputada federal e presidente do PSB-Bahia, Lidice da Mata, a deputada estadual Fabíola Mansur, a secretária Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, Julieta Palmeira, a representante da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB, Geralda Lopes, a secretária estadual de Mulheres do PSB, Luciana Cruz, a coordenadora da Fundação João Mangabeira, Rita de Cássia Magalhães, o membro da Executiva Nacional do PSB, Domingos Leonelli, a capitã da Polícia Militar, Sheila Santos e o vereador e presidente do PSB na capital baiana, Silvio Humberto.

Jaqueline Moraes conta que começou a trabalhar aos 12 anos e, durante 15 anos, exerceu função de camelô, quando participou de movimentos sociais e foi presa juntamente com outros militantes na luta contra a marginalização do trabalho informal. “Essa luta era pelo direito de trabalhar e pelo direito de sobrevivência. Nesse momento, começamos a defender aquilo que realmente queríamos. Tínhamos uma barraca, cadastrados pela prefeitura, e queríamos continuar trabalhando”, lembra a vice-governadora do ES.

Vida política

A história de Jaqueline Moraes começou nos movimentos sociais. Na “necessidade de se organizar em associação, em sindicato”, e no decorrer da sua trajetória, morou em um bairro onde somente uma de 36 ruas havia sido pavimentada. “Sobe morro, é lama, é poeira. Essa era a realidade de muitos de nós que somos da periferia. Só que eu tenho algo comigo e gosto de transmitir essa mensagem: ‘só muda circunstâncias, situações e pessoas inconformadas. Pessoas na forma não mudam nada”, salienta.

A sua inserção na política local iniciou como presidente do bairro onde morava. De 708 eleitores, obteve a votação expressiva de 653 votos.

A vice-governadora também reiterou a importância do envolvimento das mulheres para obtenção de projeção e visibilidade política. “Nós queremos, sim, os espaços ocupados pelos homens. Firmar o pé e ir ocupando os lugares que você quer ocupar. Não tem que olhar com medo de perder. Se colocar, de alguma forma, faz toda a diferença”, reforçou a vice-governadora.

Na conclusão do seu discurso, Jaqueline Mores ressaltou sobre a desconstrução da fala e da disputa entre mulheres. Além disso, ela reconheceu a importância dos homens “para o envolvimento da causa” das mulheres no poder.

Contribuições

A deputada federal Lidice da Mata também contribuiu com o tema e destacou a presença nas edições de mulheres representando a Polícia Militar e que atuam, dia a dia, na luta contra a violência . “A mulheres que têm participado deste movimento tem sido mulheres com um produto efetivo da sua participação na luta com a comunidade”.

Em sua fala, a deputada Fabíola Mansur abordou o enfrentamento da política como forma de empoderamento. E a importância da bandeira do fundo partidário para mulheres nas esferas de poder.

O vereador Silvio Humberto discutiu sobre racismo, desigualdade de gêneros e a importância da luta das mulheres contra a violência doméstica e institucional.

Movimentos de mulheres de bairros, comunidades e associações marcaram presença no evento. Na oportunidade, a companheira militante do movimento negro, Janda Mawusi, foi filiada à legenda.