A mesa de debates ‘Representatividade Negra no Cenário Baiano’, um dos painéis da Virada Política, evento organizado em diversas cidades do País, com a proposta de promover novas concepções políticas, contou com a participação do professor de Economia e vereador de Salvador, Sílvio Humberto (PSB). A discussão ocorreu neste sábado (5), no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, e tratou de temas como: racismo e hierarquia social, políticas públicas para juventude negra e enfrentamento à violência.

Sílvio Humberto avaliou positivamente a atividade, destacando a oportunidade de abertura do diálogo com a juventude. Esse público, segundo o parlamentar, é o principal impactado pelo revés sofrido pela democracia no País e é, também, o mais apto a promover as mudanças que o Brasil precisa para retomar o rumo de desenvolvimento e conquistas sociais.

Abordando o tema da baixa representatividade dos negros em cargos políticos, o legislador, que é também militante do movimento negro, com atuação no campo da Educação, associou o quadro ao fenômeno do racismo. “Não é possível esconder o fato de que o racismo, essa chaga social, estrutura todas as relações na nossa sociedade. Ele determina quem vai ou não acessar os espaços de poder”, assinalou Sílvio.

O vereador reclamou e chamou à atenção para outro fato grave. “Em pleno Século XXI, Salvador, cidade de população de absoluta maioria negra, não ter experimentado eleger um prefeito ou prefeita negra é um exemplo claro do que estamos afirmando”, destacou. Sílvio ressaltou, ainda, um ponto de extrema relevância para ele. “Querem nos fazer crer que podemos superar o racismo através de estratégias individuais de ascensão econômica. Mas não adianta. As saídas para a população negra não podem ser estas. Precisam ser coletivas”, pontuou.

A mesa de debate sobre representatividade negra foi composta, ainda, pelo ex-secretário estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins; pela ex-vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento; e pela delegada de Polícia, Ajurimar Oliveira. A discussão foi mediada pela vice-presidente da União Nacional dos Estudantes da Bahia (UNE-BA), Carolina Nunes.