A senadora Lídice da Mata classificou a exploração eleitoral do julgamento do
Mensalão como uma prática “artificial e falaciosa” da oposição, que tenta colar no
candidato à prefeitura de Salvador pelo PT, Nelson Pelegrino, práticas que sempre
foram recorrentes entre os adversários.

“Não tem ninguém no PT da Bahia envolvido no processo do Mensalão; mas na
Bahia já teve o escândalo da Pasta Rosa, já teve senador que renunciou pra não
ser cassado”, declarou, em alusão à renúncia de Antônio Carlos Magalhães, em
maio de 2001, para fugir à cassação por ter violado o sigilo de uma votação do
painel do Senado.

A declaração foi feita durante entrevista concedida à Rádio Tudo FM, na noite
desta segunda-feira. Questionada pelo apresentador Casemiro Neto se estes
episódios poderiam ser utilizados contra ACM Neto durante o horário eleitoral, a
coordenadora da campanha de Pelegrino foi enfática. “Estou apenas avivando a
memória das pessoas, pois querem colocar no nosso colo uma prática que não é
nossa e sim a dos nossos adversários”.

Lídice defendeu o alinhamento político do governo municipal ao governo federal
e estadual, mas descartou qualquer possibilidade de Salvador voltar a ser
prejudicada por perseguições políticas em função da filiação partidária ou posição
ideológica de seu prefeito, como ocorreu com ela.

“No meu tempo não havia nenhum tipo de repasse direto do governo federal para
os municípios, e a prefeitura de Salvador era extremamente dependente de verbas
que tinham o governo do Estado como interveniente. E o governador da época
fez tudo para reter o repasse destas verbas. Tanto isso é verdade que o prefeito
apoiado por ele, que me sucedeu, inaugurou 19 escolas que nós construímos ou
reformamos menos de um mês depois de assumir o meu lugar”.

“Mas o atual governador, Jaques Wagner é um democrata, não fará nada para
prejudicar Salvador. o próprio ACM Neto reconhece que Wagner não será como o
avô dele foi, não faria o que o avô dele fez”.

Lídice disse que não teme a comparação não só entre os dois modelos de gestão
– a autoritária do passada e a democrática do presente – como também no quesito
obras realizadas, entre as quais o Hospital do Subúrbio, a Via Portuária, os
estádios de Pituaçu e da Fonte Nova, as rótulas do Aeroporto e do Abacaxi.

Ela usou a requalificação da Feira de São Joaquim como um caso ilustrativo
do abandono praticado pelo governo anterior e de trabalho do atual. “O último
investimento significativo na Feira de São Joaquim foi no meu governo, há 20
anos atrás. Passaram-se 20 anos sem que ninguém tivesse feito nada até que
conseguimos recursos da ordem de R$ 30 milhões da bancada federal da Bahia e
de mais R$ 30 milhões de contrapartida deste governo para que possamos ter em
breve um equipamento totalmente remodelado tanto para escoar a produção do
recôncavo quanto para servir como mais um equipamento turístico da cidade”.

Assessoria de Imprensa

15/10/2012