Mais uma vítima e os números de feminicídio só aumentam na Bahia. O último caso registrado, foi o da jovem quilombola e estudante de Serviço Social, Elitânia de Souza da Hora, de 25 anos, morta a tiros pelo ex-namorado, no município de Cachoeira, recôncavo baiano.

De acordo com o Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (Caodh), até setembro de 2019, 117 mulheres foram mortas. Ainda segundo dados do Caodh, em 2018 o número de mulheres assassinadas em todo o ano, chegou a 134 casos registrados. E em 2017, foi inferior, chegando a 108 ocorrências. Os dados são retirados do Sigip – sistema que registra as operações policiais na Bahia.

Com o aumento expressivo do número, as parlamentares e representantes do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na Bahia, se pronunciaram em suas redes sociais:

“Mais um caso de feminicídio no interior da Bahia. Desta vez, o assassinato ocorreu em Cachoeira. Fui acionada pela vereadora Cristina que está dando todo o apoio aos familiares da vítima e entrarei em contato com a secretária Fabya (Reis), da SPM. Cheguei a apresentar o projeto de uma emenda, mas o município não tem um núcleo de combate à violência contra a mulher, o que é lamentável. Esperamos que a Justiça aja com rigor e o culpado seja punido. Meus sentimentos a toda a família de Elitânia. Vamos continuar mobilizadas e cobrando soluções do Poder Público”, reforçou a deputada federal, Lídice da Mata, que defende o aumento do número de delegacias em todo o estado.

No município de Serrinha, o femínicídio foi um dos temas abordados no Seminário de Formação Política para Mulheres Socialistas. A região é campeã no número de casos de feminicídio registrados. A secretária estadual de Mulheres do PSB Bahia, Luciana Cruz, comentou o fato. “Nós da Secretaria de Mulheres repudiamos veemente o que aconteceu em Cachoeira. Não é um fato isolado. Não é uma questão de que não estamos atentas aos casos de feminicídio ocorridos em nosso estado. Nós repudiamos toda e qualquer forma de violência contra as mulheres”, atestou.

A deputada estadual Fabíola Mansur também lamentou o ocorrido. “Me dói toda vez que preciso vir as redes sociais me manifestar sobre mais um caso de feminicídio. Me dói ver que mulheres continuam sendo violentadas e mortas diariamente. A tristeza não cabe em mim. Ontem à noite recebemos a notícia de que a jovem Elitânia de Souza, estudante da UFRB, foi morta a tiros em Cachoeira pelo seu ex-namorado, que segue foragido. Até quando? Vamos lutar para que esse criminoso pague pelo que fez. Seguimos na luta por justiça. #ElitâniaPresente”.

A vereadora de Cachoeira, Cristina Soares, que prestou apoio aos familiares da vítima, se manifestou em sua rede social. “Fomos surpreendidos, na noite de ontem (quarta-feira), com o bárbaro crime da jovem, mulher, negra, quilombola, a estudante Elitania de Souza. Cala-se uma voz, interrompe-se uma vida, desestrutura-se uma família… É preciso que ergamos nossa voz contra esse crime de feminicidio em nossa Cidade. Minha solidariedade aos familiares e amigos. Queremos justiça! Queremos paz! Diga NÃO ao FEMINICIDIO!”, concluiu.

O assassinato da jovem Elitânia ocorreu na última quarta-feira (27). A vítima já possuía medida protetiva contra o ex-namorado, concedida pela Justiça em Cachoeira. E uma outra medida chegou a ser solicitada na comarca de São Félix, quando Elitânia morou com o acusado. Conforme a Lei Maria da Penha, a medida protetiva deve começar a valer em até 48 horas do pedido. Até a manhã desta sexta-feira (29), o acusado ainda estava foragido.