O PSB reuniu  um grupo de professores, pensadores, empresários e filiados nesta quarta-feira (8), em São Paulo, para apresentar a sexta edição do Boletim Conjuntura Brasil, publicação produzida pela Fundação João Mangabeira, que é ligada ao partido. A revista apresenta o conceito de Socialismo Criativo e foi lançada na Escola Britânica de Artes Criativas (Ebac), com a participação do vice-governador de São Paulo, Márcio França e do presidente da FJM e ex-governador do Estado do Espírito Santo, Renato Casagrande.

Com textos escritos pelo ex-deputado federal e atual presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli, o documento apresenta a Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento. A revista aponta caminhos para o enfrentamento da crise econômica, a relação do turismo com a criatividade e traça desafios para a elaboração de políticas públicas antenadas com o segmento. A publicação traz ainda um glossário com os termos ligados à economia criativa.

Leonelli, que foi um dos responsáveis pelo plano paulista de Economia Criativa, citou a experiência inglesa com a atividade e disse que o país britânico vivia uma situação econômica semelhante à do Brasil, com um grave quadro de recessão. “A indústria está reduzindo a sua participação na economia em todo o mundo. Nos anos 50, um terço da população americana trabalhava em fábricas e hoje são apenas 3%”.

Para Leonelli, o Brasil precisa de um projeto nacional. Segundo ele, o último governo a fazer isso foi o de Getúlio Vargas, na primeira metade do século XX. “Precisamos de um projeto de revolução para juntar a juventude com a antiguidade e a Economia Criativa, que junta o artesanato do Nordeste com os softwares e games, cujo Brasil é o quarto consumidor no mundo e é apenas o 15º produtor. Assim, a Economia Criativa terá um papel importante até para a renovação do nosso Parque Industrial”, afirmou.

O vice-governador de São Paulo, Márcio França, afirmou que gestão pública paulista abraçou a pauta e destacou a criação de cinco escolas técnicas de Economia Criativa, administradas pelo Estado, e já inauguradas. Segundo ele, até o final de 2018 serão 150 unidades educacionais em funcionamento em São Paulo. “Tudo que é ligado à economia criativa é atraente para o jovem, que tem se mostrado tão disperso aos métodos mais tradicionais da Educação. Ele irá à escola, não por ser obrigado, mas por estar interessado.  Hoje, temos mais gente empregada em empresas ligadas à criatividade do que na própria indústria automobilística”, avaliou.

Já o presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, considera o Socialismo Criativo como um instrumento necessário para o modelo nacional de desenvolvimento do Brasil. “Entramos na quarta Revolução Industrial, onde o trabalho menos qualificado será executado por máquinas. Por isso, precisamos vincular a criatividade à política industrial e à valorização do capital humano. A Economia Criativa precisa ser um instrumento de inclusão e não de ampliação das desigualdades”, disse.

A pesquisadora e especialista em Economia Criativa, Claudia Leitão, também criticou a ausência de políticas públicas para o impulsionamento do setor e lembrou que o Governo Federal chegou a criar e extinguir numa mesma gestão a Secretaria Nacional de políticas para o setor. “Sem a criatividade, aliada à cultura e educação não superaremos o momento que o País está vivendo e dificilmente alcançaremos o desenvolvimento”.

Titular da pasta da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, o socialista Vivaldo Mendonça afirmou que o Boletim Conjuntura Brasil assegura aos integrantes do PSB a possibilidade de se apropriar de conceitos que possam transformar as vidas das pessoas.