O Partido Socialista Brasileiro (PSB) Bahia lamenta profundamente o falecimento da coordenadora do Movimento Nacional População de Rua, Maria Lúcia Pereira, ocorrida nesta quarta-feira (25). “Perdemos uma mulher guerreira, que deixa um legado na luta social. Ela escolheu o PSB para se candidatar nas próximas eleições e, com certeza, seria um excelente quadro político”, ressalta a presidente estadual do PSB, senadora Lídice da Mata.

Maria Lúcia foi uma grande líder popular e teve seu trabalho reconhecido em todo país, se dedicando às causas sociais e na atuação em defesa das pessoas em situação de rua. O vereador de Salvador, Sílvio Humberto, concedeu a ela a medalha Zumbi dos Palmares, pela Câmara, tendo em vista a sua importância enquanto liderança do Movimento da População de Rua.

O velório está marcado para esta quinta-feira (26), às 10h, na sede do Movimento, no Terreiro de Jesus, no Pelourinho, e o sepultamento será às 16h, no cemitério Campo Santo.

Trajetória

Maria Lucia Santos Pereira é natural de Itapetinga e chegou à situação de rua com 16 anos, por conta de perda de vínculos familiares. Em 1999 conheceu uma igreja que durante muito tempo estava abandonada e que havia sido reaberta para dar espaço a uma Comunidade que acolhia a população de rua chamada Comunidade da Trindade. Com a participação na comunidade, foi encaminhada a um Centro de Recuperação onde passou cinco meses, de lá foi enviada para Aracaju para aprofundamento Espiritual onde ficou três anos e meio.

Retornando a Salvador iniciou um trabalho de convivência na Igreja da Trindade e, em 2005, assumiu a coordenação do projeto com quatro companheiros vindos das ruas. Em 2008 os trabalhos foram expandidos com a criação do Projeto Levanta-te e Anda no qual ela era responsável pelo acolhimento e trabalho em grupo com 40 companheiros que ainda estavam em situação de rua, mostrando a eles que era possível uma nova forma de viver.

Em 2010 junto com companheiros de rua que acreditavam que havia chegado a hora de lutar por Políticas Públicas inicia-se em Salvador o Movimento da População de Rua, hoje com seis anos de lutas e conquistas.