O  perpasse  histórico  da  construção  de  militância  LGBT  enfrentou  diversas  fases. Entre   1948   e   1990,   a   Organização   Mundial   da   Saúde   (OMS),   classificou   a homossexualidade como um transtorno mental. Em 17 de maio de 1990, a assembleia geral   da   OMS   aprovou   a   retirada   do   código   302.0   (homossexualidade)   da Classificação  Internacional  de  Doenças,  declarando  que  “a  homossexualidade  não constitui  doença,  nem  distúrbio  e  nem  perversão”.  A  nova  classificação  entrou  em vigor nos países-membros das Nações Unidas em 1993. Com isso, marcou-se o fim de    um    ciclo    de    2000    anos    em    que    a    cultura    judaico-cristã    encarou    a homossexualidade;  primeiro  como  pecado,  depois  como  crime  e,  por  último,  como doença.

Esta data – 17 de maio – foi um marco para a comunidade LGBT, sendo escolhida e decretada  presidencialmente  em  04  de  junho  de  2010  como  o  Dia  Internacional  de Combate à LGBTfobia.

A  LGBTfobia  tem  sua  manifestação  nas  mais  diferentes  formas,  através  dos  mais diversos  atos  discriminatórios,  seja  por  agressões  físicas  ou  mentais.  O  resultado desta  segregação  está  demonstrado  no  crescente  número  de  suicídios  e  casos  de assassinatos da população LGBT.  No Brasil,  a cada 19 horas,  um  LGBT  perde sua vida por conta destas ações.

Para  nós,  do  LGBTsocialista,  é  prioridade  nesta  data  referendar  o  compromisso  da Garantia   do   Estado   Laico.   A   salvaguarda   da   laicidade   oferta   um   combate   o fundamentalismo  religioso,  possibilitando  um  Poder  Executivo  comprometido  com pautas  sociais  em  sua  totalidade.  Assim,  a  população  LGBT  ganha  voz  e  vez  nas ações  dos  eixos  de  educação,  saúde,  segurança,  trabalho,  emprego  e  direitos humanos como um todo. Para além, a possibilidade de metas definidas e um aporte orçamentário para as ações alusivas às lutas LGBT.

Se  faz  necessária  a  aprovação  prioritária  dos  mais  diversos  projetos  que  tramitam referente  à  temática  LGBT,  em  destaque  a  Lei  nº  122  de  2006  que  trata  sobre  a criminalização da LGBTfobia, revendo seu arquivamento, posto em 2014. Este projeto de lei é resultante da apuração sobre a morte de pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e  Transsexuais,  ofertando  ao  Brasil  o  título  nada  honroso  de  país  que  mais  mata LGBTs  no  mundo,  análise  esta  fruto  do  monitoramento  do  Disque  100  e  da  Rede Nacional  de  Pessoas  Trans  (REDETrans).  O  cumprimento  das  decisões  através  do Judiciário  Brasileiro  com  a  questão  de  desburocratização  das  ações  entre  casais homoafetivos e a garantia da alteração do prenome de pessoas trans são algumas das muitas pautas emergenciais para a proteção dos direitos básicos.

Com  isso,  entendendo  os  mais  diferentes  recortes  da  totalidade  das  lutas  LGBT, colocamos o segmento LGBT Socialista do Partido Socialista Brasileiro à disposição para as gestões, possibilitando a elucidação e construção de direcionamentos político- partidários   alinhados   com   o   nosso   histórico   de   atuação   e   fiéis   aos   princípios estatutários.

Tathiane Araújo

Secretária Nacional LGBT Socialista