A senadora Lídice da Mata participou nesta sexta-feira, 7, de um ato público em favor da reabertura integral do Hospital Municipal de Amargosa, que há dois dias teve o Centro Cirúrgico e a Lavanderia interditados  pela Divisão de Vigilância Sanitária do Estado da Bahia (Divisa).

Atendendo ao convite da prefeita Karina Silva (PSB), Lídice integrou os trabalhos da Comissão encarregada de elaborar um documento que será encaminhado ao Governo de Estado pedindo providências definitivas para os problemas do hospital que se arrastam há anos. A Comissão foi composta pelo Promotor de Justiça Marcelo Miranda, pelo Bispo D. João Nilton, representante da 29ª Diretoria Regional de Saúde (Dires), Júlio Pinheiro, vereadores de apoio e da oposição à administração municipal, secretários municipais e várias representações da sociedade civil, agentes comunitários de saúde, associações de moradores, comunidade rural, comerciantes e imprensa local, entre outros.

“Quero saudar o movimento que estamos fazendo aqui com representantes de todos os partidos, dos diversos segmentos da sociedade, que é extremamente positivo em defesa da cidade. Não se trata de uma questão partidária, mas da defesa do interesse da cidade de Amargosa”, destacou Lídice.

Depois de assinarem o documento, Karina e Lídice, acompanhados pelos vereadores Antônio Clóvis, o Coi, Nadinho do Sindicato e Viviane, seguiram até a Praça Iraci Silva, onde mais de mil pessoas concentravam-se para iniciar uma caminhada pelas ruas de Amargosa para unir forças e sensibilizar o Estado para o problema.

“Aqui não tem ninguém querendo transferir responsabilidade. Desde o momento em que assumimos a prefeitura a nossa preocupação esteve voltada para o hospital de Amargosa. Fizemos todos os encaminhamentos possíveis e está aqui a senadora da Bahia que é saberdora dos problemas e tem intermediado todas as conversas que tivemos com o governador Jaques Wagner e com o secretário de saúde Jorge Solla”, destacou Karina Silva, que discursou ao lado da senadora de cima de um mini-trio.

Karina agradeceu o apoio popular e destacou a importância da manifestação. “O que a gente quer é a conclusão das obras do hospital, mas o dinheiro que resta não dá pra fazer isso. A prefeitura não tem esses recursos e precisamos chamar a atenção do Governo do Estado. Dizem que é como feijão, que só funciona na base da pressão, pois então agora o povo de Amargosa está pressionando”, resssaltou a prefeita.

Em seu pronunciamento, Lídice diz que não vê “drama algum” em pedir apoio ao governo. “O governador Jaques Wagner tem compromisso com o povo de Amargosa, é um governo que tem uma visão republicana, que não acha que só deve governar para aqueles que são do seu partido ou aqueles que lhe apoiaram individualmente, tem uma visão democrática e é isso que nós estamos fazendo nesse momento”, destacou Lídice.

“Nós não estamos fazendo nada de condenável. Mesmo que Karina estivesse solicitando que o governo do Estado assumisse o hospital municipal de Amargosa não estaria cometendo nenhum pecado. Só que não é isso que ela está fazendo: o que ela está pedindo é o apoio do governo para nós resolvermos o imbróglio administrativo que este hospital significa, que nós possamos discutir um modelo amplo que possa envolver município, estado, governo Federal e, se for o caso, até mesmo a iniciativa privada para resolver uma questão que é imediata, é urgente e indispensável de ser resolvida que é o funcionamento do hospital de Amargosa”, resumiu Lídice.

Entenda o caso

Antes dos eventos desta sexta-feira, a prefeita Karina Silva já havia organizado uma audiência pública para debater o assunto, na véspera. Em nota pública, a Prefeitura Municipal de Amargosa lamentou a interdição do Centro Cirúrgico e da Lavanderia do Hospital Municipal de Amargosa, classificado como “consequência do estado lastimável de conservação em que o Hospital se encontrava nos últimos anos”.

Ainda segundo a nota, “durante mais de cinco anos os problemas do Hospital Municipal de Amargosa ficaram restritos aos registros dos Relatórios de Auditoria, realizadas pela Vigilância Sanitária do Estado da Bahia que invariavelmente relatam os problemas físicos e estruturais que são comuns em todos eles, a exemplo de infiltrações nas paredes, mobiliário oxidado, falta de procedimentos operacionais padrão (POP’s) em todos os setores, inexistência de responsável técnico no hospital, inexistência de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar CCIH, inexistência de plano de gerenciamento de resíduos do serviço de saúde (PGRSS), pessoal sem fardamento adequado, não utilização de equipamentos de proteção individual (EPI’s) pelos funcionários, entre outros”.

A interdição, entretanto, foi motivada por causa do precário estado da lavanderia que se encontrava funcionando de forma improvisada em um galpão de madeirite aos fundos do Hospital Municipal, desde que as obras foram iniciadas. A Lavanderia não teria condições de funcionar de outra forma por falta de condições da instalação elétrica.

“A Prefeita reuniu-se em diversas audiências com o Secretário de Saúde do Estado Dr. Jorge Solla e o Governador Dr. Jaques Wagner compartilhando as informações sobre a situação caótica em que foi encontrado o Hospital Municipal de Amargosa e cobrando o financiamento da execução do Projeto Elétrico que impede a continuidade dos serviços e conclusão da obra”, explica a nota oficial.

“A Prefeitura Municipal de Amargosa já está agindo, tomando as medidas necessárias judiciais e administrativas de modo a buscar o reestabelecimento dos serviços, com vistas a não prejudicar a vida das pessoas que necessitam dos serviços de urgência e emergência do Hospital Municipal de Amargosa”, conclui o documento.

 

Ascom

08/11/2013