Um governo que não abra mão de seu papel de planejamento, mediação e fiscalização com uma gestão moderna e eficiente na entrega dos serviços públicos de qualidade; capaz de resguardar os interesses da sociedade como um todo sem deixar de criar uma ambiência favorável à iniciativa privada. Este foi o compromisso que a candidata ao governo do Estado da Bahia pela coligação Um Novo Caminho para a Bahia, senadora  Lídice da Mata, assumiu em palestra proferida aos integrantes do LIDE – Grupo de Lideranças Empresarias, em encontro realizado na noite desta sexta-feira, 18, no auditório do hotel Mercure, em Salvador.

Acompanhada por seu candidato a vice-governador, o ex-prefeito de Brumado, Eduardo Vasconcelos, Lídice disse estar absolutamente convencida do papel essencial do estado como mediador dos conflitos de interesses. Citou o inchaço da Avenida Paralela como um exemplo do que acontece quando o poder público abre mão desse papel e, na direção contrária, os avanços sociais e econômicos de Pernambuco como um exemplo a ser seguido.

“Eduardo Campos traduziu de forma sintética este pensamento, à medida que foi capaz de conduzir programas de inclusão de grupos marginalizados do sistema produtivo, como as mulheres produtoras rurais, de alcançar resultados importantes com uma gestão pública eficiente, como na redução dos índices de criminalidade, sem com isso deixar de atrair investimentos importantes, como o do porto de Suape, buscando apoio no ambiente empresarial. Este é o modelo que pretendemos implantar na Bahia”.

De acordo com a candidata, mapa da Bahia tem um enorme vazio de oportunidades nos 69% do miolo de seu território que compreendem o semiárido, e quatro pequenas manchas de desenvolvimento em suas extremidades que não se conversam: “A região metropolitana industrializada e provedora de serviços, o norte da fruticultura irrigada, o oeste do agronegócio e o sul da celulose. No entanto, 58% de tudo o que o baiano consome em alimentos vem da agricultura familiar do semiárido. É papel do Estado ter uma política de inclusão socioeconômica do semiárido que sirva de ponto de integração entre os seus vários polos de desenvolvimento”, pontuou.

Lídice citou o Projeto Canudos como exemplo de uma experiência capaz de enxergar na vocação de uma cidade ou região um caminho para o seu desenvolvimento sustentável. A senadora aportou mais de R$ 2 milhões em emendas para esse projeto, tanto para equipar o Parque Nacional de Canudos quanto para a produção rural e a piscicultura no açude do Cocorobó. “No entanto precisamos de um investimento maior para a construção de uma cidade cenográfica que sirva tanto para a geração de emprego e renda para a população local, quanto para atrair ainda mais turistas em um sítio histórico conhecido mundialmente”, declarou.

“O ponto central do nosso programa de governo é o modelo de gestão que não abre mão dos princípios de inclusão social e da participação democrática e tampouco da eficiência no cumprimento de suas metas que o Estado deve ter”, acrescentou

A candidata disse ainda que o empresário tem um papel social relevante: “Sou daquelas que pensa que é possível construir uma sociedade com valores éticos, na melhoria da relação entre capital e trabalho. Acredito em um Estado capaz de resguardar os interesses da sociedade como um todo sem deixar de criar uma ambiência favorável à iniciativa privada e à preservação da garantia dos direitos individuais”, completou.

Para Lídice, o desafio na Bahia é pensar os novos negócios a partir de novos paradigmas: “É romper a nossa tradição de extrair a matéria-prima sem fazer o beneficiamento; é gerar a cadeia produtiva e distribuir as oportunidades de geração de emprego e renda para o nosso estado”.

Em sua intervenção, Eduardo Vasconcelos pontuou a importância de destravar as obras do Porto Sul e de conclusão da Ferrovia Oeste-leste para garantir o escoamento da produção de grãos do oeste e do minério do sudoeste e da necessidade de uma reforma tributária. “Tiradentes deu a vida por causa do quinto, os 20% de impostos que a coroa portuguesa cobrava. Hoje a carga tributária já chega aos 40%”.