Nem a continuidade do governo atual, nem a volta ao passado. Em entrevista concedida na noite desta segunda-feira (14) ao jornal Band Cidade, a senadora Lídice da Mata apresentou-se como uma candidata de “terceira via” que representa a mudança para o futuro. Lídice, que pretende chegar ao governo pela coligação “Um Novo Caminho para a Bahia”, reiterou que o investimento na educação em tempo integral deverá ser a “mola mestra” para o desenvolvimento do estado.

“Queremos colocar, no ensino médio, a escola de tempo integral para garantir que a nossa juventude pobre, negra, da periferia volte para casa não só com o conhecimento necessário em línguas, geografia, história, matemática e ciências, mas também tenham acesso à cultura e ao lazer”, projetou. A senadora acrescentou que a escola de qualidade em tempo integral credenciará os alunos do ensino público a competir em condições iguais com aqueles do ensino privado.

Questionada sobre as dificuldades de disputar a eleição contra dois candidatos próximos à máquina pública, Lídice afirmou apostar na força da militância política e na vontade de mudança. “Não tenho a máquina poderosa do governo do estado, nem a da prefeitura de Salvador, mas tenho a consciência do povo, a opinião pública, a militância”, disse.

A senadora também citou as manifestações que ocorreram em todo o Brasil em junho do ano passado como um movimento imprevisível que mostrou o engajamento político e a vontade de mudar da população brasileira. “Os movimentos mostraram que as pessoas estão atentas ao que acontece com suas vidas e que elas exigem mais de nós, políticos”.

A socialista também reafirmou a necessidade de ampliar a cobertura de saúde no interior do estado. “É preciso aumentar o número de leitos hospitalares. Há municípios no interior onde nem a rede privada tem leitos suficientes a oferecer”, disse. Segundo ela, é preciso corrigir o “subfinanciamento” da saúde por parte do governo federal.

Durante a entrevista, Lídice também defendeu o financiamento público das campanhas políticas como uma forma de democratizar o acesso ao poder. “Sempre fui uma defensora do financiamento público no Senado porque acho que o cidadão comum tem que ter direito de se candidatar para representar o povo. O sistema político de hoje não permite, por exemplo, a participação de mais mulheres e negros na política”, disse.