Mulheres negras e a política socialista

No ano passado, 2021, o PSB publicou o livro 5 da autorreforma, intitulado Teses ao Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB. Este livro, junto aos 4 outros que o antecederam, funciona como uma espécie de bússola que tem o intuito de guiar ou sinalizar caminhos possíveis aos socialistas brasileirosna elaboração de Programas para os próximos anos do século XXI que contemplem a luta e disputa por uma sociedade mais justa e igualitária.

São cinco os eixos temáticos abordados no livro e eles deslindam questões essenciais que desembocariam no aprofundamento da democracia política, econômica e social. São eles a reforma do Estado; economia prosperidade, igualdade e sustentabilidade; desenvolvimento sustentável e economia verde; políticas sociais e cidades criativas; socialismo criativo, democracia e o partido que queremos.

Dentre várias teses apresentadas, a de “Mais mulheres no Poder” com quinze pontos específicos onde o PSB apresenta e orienta seus compromissos para os próximos anos do século XXI com a superação das “opressões estruturadas em um sistema patriarcal, machista, racista e LGBTfóbico que marginaliza indivíduos e grupos sociais”. Para quem acompanha o meu trabalho sabe que essa é uma das pautas basilares de minha atuação política.

Para o PSB permanecerá sendo básico defender políticas e legislação voltadas à paridade de gênero, em todos os espaços de poder da sociedade, sejam públicos ou privados, nos poderes executivos,  legislativos e judiciário. (p.90). Além disso, defende como objetivo o alcance  da “paridade da representação feminina na composição dos Diretórios e Executivas Municipais,  Estaduais, Distritais e Nacional, com compromisso de estabelecer metas e apresentar dados para controle público.” (p.90).

Dialogando diretamente com essas Teses/Programas, podemos perceber que há um desejo de mudança estrutural que permita assegurar a presença da mulher nesses espaços de poder e agência política, lugar esse ainda tão hostil à nós mulheres, sobretudo as mulheres negras e/ou LGBTQIA+. Em um cenário político onde essa realidade não é discutida ou questionada, o fosso da hegemonia patriarcal, misógina e machista só se aprofundará em detrimento de nós mulheres que vemos na política partidária uma via de mobilização profícua para mudanças sociais substanciais, sólidas, duradouras e perenes. Aqui cabem os sinônimos.

Nesse contexto de defesa de políticas e legislação voltadas à paridade de gênero na política,parabenizamos a militância Socialista pela unanimidade na eleição da companheira Cássia Magalhães, mulher negra, aguerrida e forte, para presidenta municipal do PSB. As mudanças estruturais costuradas por dentro são importantes!

A companheira Cássia Magalhães, militante de longa data e comprometida com a necessidade da população das periferias tem diante de si o desafio das reeleições de 2022 e ampliação da nossa bancada na Câmara Municipal de Salvador em 2024. As teses apresentadas no livro 5 são norteadoras desse caminhar desde agora. Manter e ampliar a presença das mulheres do PSB nas instâncias estadual e municipal faz parte desse desafio e seguiremos juntas nessa luta!

Nosso companheiro Vereador Silvio Humberto fortaleceu na sua gestão à frente do partido a luta pela igualdade social e racial. Essa luta continua e iremos reforçar ainda mais a luta pela a eliminação de processos que aprofundem as desigualdades de gêneroem nossa sociedade como um todo.

O nosso desejo, mas também o nosso trabalho é para firmar as ambições democráticas do PSB anunciadas nas teses da Autorreforma. Os caminhos foram desenhados coletivamente. Tendo festejado o fato de colocar as teses na rua, nos cabe persistir na luta, na disputa, na briga, nos acordos, nas desconstruções, nas construções, nos alinhamentos, desalinhamentos e realinhamentos necessários em defesa da finalidade precípua da nossa militância partidária que é a democracia econômica, social e política substantiva para TODES cidadãs da nação brasileira.

Como nos alerta o documento bússola de autorreforma, ressalto novamente, construído coletivamente pelo PSB, que o nosso partido seja criativo, que a nossa estrutura partidária seja criativa para reinvenção da política e desmonte de estruturas de poder engessadas, conservadoras, retrógradas, machistas, misóginas, LGBTfóbico, racistas, classista que marginaliza indivíduos e grupos sociais e historicamente os colocam e os empurram para a condição de meros espectadores do modo como os donos do poder gestam a política no país. A bússola daautorreforma do PSB convida a ver, dentro e fora do partido, que a agência política desses atores sociais também traz consigo projeto de sociedade, nação, país, estado, cidade, bairro! Assim, defendo, mais mulheres no Poder!

 MULHERES, VENHAM FILIAR-SE AO PSB! 

Por Janda Mawusí

Coordenação de Comunicação do PSB Bahia
Cássia Bandeira
Jornalista – DRT: 5210/BA