O que era uma luta distante, agora se torna uma realidade próxima para o crescimento do setor de mineração e econômico da Bahia, com a possibilidade de retomada das obras da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste). Em visita técnica ao município baiano de São Desidério, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, anunciou que o Exército Brasileiro deve assumir as obras do Lote 6 da Fiol, trecho entre Bom Jesus da Lapa e São Desidério. Essa é uma conquista, que também faz parte do trabalho e empenho da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), em nome do presidente Antônio Carlos Tramm, integrante do Partido Socialista Brasileiro (PSB) da Bahia.

Para reforçar o andamento dessa obra, que está 80% concluída, o presidente da CBPM informou, em uma reunião virtual no mês de abril, com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e mais 30 entidades da área de mineração, que “há muito tempo” espera uma posição do governo para liberação da FIOL. “Logo após a reunião, o apoio à essa causa da ferrovia foi manifestado imediatamente. A CBPM fez a arregimentação política. É claro o interesse em apoiar a conclusão desse trecho. Hoje existe uma ideia e o ministro apoia essa ideia”, pontuou.

Tramm informa, para que o andamento da obra esteja completo, é necessária a liberação do Tribunal de Contas da União (TCU) que, há quase dois anos, está com o edital de licitação, para a concessão da ferrovia de integração, em análise. “Fomos em busca de federações promotoras do Agronegócio, a exemplo de instituições como a Federação do Comércio (Fecomércio) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), para apoiarem essa causa e contribuírem para que o Tribunal de Contas da União se sensibilize e autorize a publicação desse edital. Precisamos de apoio de todas as entidades”, solicitou.

A expectativa, segundo o presidente da CBPM, é que depois de iniciada a comercialização, essa jazida da Bahia Mineração (Bamin) possibilite o transporte anual de 30 milhões de toneladas de minério de ferro, que vai permitir a geração de 30 mil empregos diretos e indiretos, inicialmente, o que representa uma movimentação de cerca de R$ 500 milhões por ano. Ele também afirma que esse número pode aumentar em razão de outras jazidas existentes.

“Estamos há 11 anos conduzindo para ter a FIOL como o maior empreendimento da Bahia. A mineração está presente em 90% do consumo. Além da geração de empregos, renda e sustentabilidade, a implementação da FIOL será transformadora para a economia da Bahia, que vai aumentar violentamente o consumo e, consequentemente, gerar receita para municípios e estado. A ferrovia Oeste-Leste será a estrada de integração do nosso desenvolvimento e o futuro das nossas gerações”, destacou Antônio Carlos Tramm.

Obra em dois trechos
A FIOL será dividida em dois trechos, de acordo com informações do ministro da Infraestrutura. O primeiro, de Ilhéus a Caetité e o segundo, entre Caetité e Barreiras. Esse segundo trecho tem 485,4 km de extensão, conta com investimento de R$ 2,7 bilhões e encontra-se com 39% das obras executadas. Já o trecho 1, que tem 80% da obra concluída, depende da liberação do TCU. Ainda segundo o ministro, após a finalização do trecho 1 da FIOL, as obras de construção do Porto Sul, em Ilhéus, serão iniciadas.