O Partido Socialista Brasileiro (PSB) exibe seu programa partidário nesta quinta-feira, 22, às 20h30min, em cadeia nacional de rádio e televisão. No vídeo de dez minutos de duração, o PSB afirma que “a política brasileira enfrenta sua maior crise”, mas sustenta que a “única saída está na própria política”.

“A política brasileira enfrenta sua maior crise. Escândalos sucessivos deixam a sociedade perplexa e descrente. Mas a única saída é a própria política”, afirma o partido, que completa 70 anos em agosto.

O programa defende a realização de eleições diretas para presidente da República e a renúncia de Michel Temer, e reafirma a posição contrária às reformas trabalhista e previdenciária, conforme deliberação unânime da Executiva Nacional do partido, que esteve reunida há um mês.

“Fomos a favor das eleições diretas em 1984 para acabar com a ditadura. Agora somos a favor das Diretas Já para impedir que as interferências do poder econômico continuem valendo mais do que a vontade da população e ditando os rumos do país”, diz o programa.

“O PSB tem lado e, em nossa visão programática, a cidadania plena é direito de todos os brasileiros”, afirma.

Na peça audiovisual, o PSB destaca a importância de partidos fortes com “nitidez” programática, e da participação dos cidadãos para o fortalecimento da democracia.

“Uma democracia é forte quando os partidos políticos são fortes, com propostas claras e compromisso com a sociedade. É preciso exigir nitidez dos partidos”, diz o programa, que complementa: “Os cidadãos devem ocupar os espaços políticos participando dos partidos”.

O escritor Ariano Suassuna, que foi presidente de honra do PSB e completaria 90 anos no dia 16 deste mês, é homenageado no vídeo.

Prioridades para o país

No programa, o PSB também destaca propostas consideradas prioridades para o país.

Na avaliação do partido, “o Brasil mudou muito nas últimas décadas, mas os benefícios não chegaram integralmente à população”. “O maior desafio continua sendo o desenvolvimento”, diz.

O partido considera prioridades aprimorar os sistemas de saúde, previdência e assistência, combater a pobreza e enfrentar a violência.

Também propõe o investimento em educação, ciência, tecnologia, inovação e estimular a economia criativa a fim de qualificar a mão-de-obra no país.

Os socialistas ainda defendem no programa que a política econômica deve ser “harmonizada” com o “interesse da população”. E criticam o gasto do governo com juros: “É urgente reduzir os juros da dívida a fim de que sobrem recursos para investimentos e cobertura aos direitos sociais”.

Juventude e gênero

Os temas da juventude e de gênero têm destaque no vídeo. Um mosaico mostra jovens de várias regiões do país que falam sobre o sentido de sua participação no PSB e na política.

O pioneirismo do partido ao apoiar a candidatura de mulheres em meados do século 20 é lembrado com os exemplos da escritora e diretora de teatro Patrícia Galvão, a Pagu, que concorreu como deputada estadual em São Paulo, e da poetisa modernista Adalgisa Nery, eleita em 1960 para a Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro.

“A desigualdade é uma chaga: ela segrega e distancia as pessoas, frustra o exercício da cidadania”, afirma a senadora Lúcia Vânia (GO), que defende o engajamento das mulheres para ampliar a oferta de emprego e reduzir a desigualdade de renda entre homens e mulheres.

A senadora Lídice da Mata (BA) critica as reformas propostas pelo governo Temer, por retirar “direitos históricos dos trabalhadores” e piorar “as condições de vida e trabalho da mulher”.

E avisa: “Nós, socialistas, assumimos aqui um compromisso: no que depender da luta do PSB essas reformas contra o povo não passarão!”.