Eleito deputado  em 2014 com 36.638 votos, Manassés (PSB) assumiu o primeiro mandato no legislativo estadual com o compromisso de ampliar em toda a Bahia o trabalho social da instituição que leva o seu nome e atua na recuperação de dependentes químicos em todo o Brasil.  Nascido no município de Cosmópolis, no interior de São Paulo, o empresário de 51 anos decidiu abraçar a causa após viver um drama pessoal com um de seus cinco filhos que, ainda na adolescência, se envolveu com drogas. Seu filho se recuperou após três internações em clínicas particulares, um tratamento caro e custeado com recursos próprios. A experiência serviu para que ele sentisse na pele o drama de milhares de famílias que, ao contrário dele, não podem pagar por este tipo de tratamento e ficam à mercê dos serviços públicos especializados que, em muitos locais, é inexistente ou ineficiente. De lá pra cá passaram-se 18 anos e, hoje, a Instituição Social Manassés está presente em 39 cidades. Na Bahia são três unidades: Lauro de Freitas, Feira de Santana e Ilhéus.  Nesta entrevista ao site do PSB-Bahia, Manassés conta um pouco sobre a sua linha de atuação e faz um balanço dos primeiros meses de mandato. Confira:

 

1)    O senhor é empresário e, ao mesmo tempo, deputado estadual. Como é a sua rotina na Assembleia e como tem se adaptado?

Eu ainda estou em fase de adaptação. Eu tenho as empresas, tenho o time de futebol, mas eu estou me adaptando bem, estou me ajustando. Eu tive que nomear pessoas para determinadas funções porque ninguém faz nada sozinho. Eu preciso ter um grupo de pessoas qualificadas para poder não só me ajudar no mandato, mas também para me ajudar nas minhas empresas, nos meus negócios porque eu não posso abandonar as minhas empresas. Eu estou desenvolvendo uma fórmula, digamos assim, com o grupo de pessoas que eu tenho, para administrar as minhas empresas e um grupo, um gabinete forte, com pessoas para me assessorar e tentar fazer um bom mandato. Eu estou me ajustando, estou gostando e vai dar certo.

 

2)  Qual o saldo que o senhor faz desses primeiros meses de legislatura? Quais projetos foram apresentados?

Olha, primeiro foi a eleição para presidente da Casa que foi o Marcelo Nilo. Eu não tenho o hábito, o costume de ver as pessoas se tratarem, eu sou imediato e gosto de fazer as coisas bem rápido, mas aqui não são as minhas empresas, aqui são 63 deputados e cada um deles pensa de uma maneira, cada um deles pensa de uma forma e têm uma maneira de agir. Então, primeiro veio a eleição de Marcelo Nilo, depois houve algumas divergências internas, vamos dizer assim, para a formação das comissões, mas no final acabou dando tudo certo. Eu faço parte da Comissão de Esporte, faço parte da Comissão de Saúde e Direitos Humanos, que são as três áreas que eu represento.

 

3)      Durante a campanha o senhor frisou muito que tinha o apoio de mais de 100 municípios, mais precisamente 147 municípios e, agora que está eleito, como pretende intermediar as demandas dessas cidades junto ao governo do Estado?

Vou atuar justamente na parte social. Se hoje eu tenho um mandato é por causa do trabalho social que eu venho executando e já faço há mais de 18 anos, que é a recuperação de dependentes químicos. Então, dentro dessa área, que foi o que me elegeu porque houve um reconhecimento do trabalho social que eu já faço nesses anos todos, então é dentro dessa área, que é o social e que atinge a Comissão de Esporte, que atinge a saúde e, vou atrelar mais, atinge o problema da Segurança, então se combatendo intensamente com políticas de prevenção, tratamento e repressão ao tráfico de drogas a gente vai ajudar em todos esses segmentos. Aí de que forma nesses 100 municípios a gente vai retribuir? Automaticamente vai ter a Instituição Social Manassés em 20 municípios porque o meu compromisso de campanha era abrir a cada ano cinco centros de recuperação na Bahia em pontos estratégicos porque não há uma necessidade de você ter 100 centros de recuperação, tem que ser em pontos estratégicos porque a gente tem uma maneira diferenciada de ajudar essas pessoas. A gente tira a pessoa do distrito, tira a pessoa da cidade e transfere para outro lugar. Isso ajuda no tratamento e na recuperação.

 

4)  O senhor pode dar algum exemplo de região que considera estratégica?

A região de  Itabuna, que hoje é o município mais violento e que mais mata jovens no País. Não é no Estado da Bahia, é no País e jovens envolvidos com problema das drogas. É um ponto estratégico para se abrir um centro de recuperação, mas não somente centro de recuperação. Vou investir, vou trabalhar também na parte de prevenção porque prevenir é sempre melhor do que tratar, então Itabuna seria um ponto ideal para implantar  uma clínica para região. Vitória da Conquista, Feira de Santana, Alagoinhas também são outros pontos estratégicos para ajudar todas essas pessoas, todos esses jovens que estão envolvidos com o problema das drogas.

 

5) Além da Manassés, quais os projetos que o senhor pretende fazer nessa questão de prevenção às drogas?

Faço parte da Comissão de Esportes e essa é uma ferramenta afiadíssima para se combater a questões das drogas fazendo um trabalho de prevenção com o esporte em geral em todas as modalidades. Pode ser usada como ferramenta para tirar o jovem da aproximação com as drogas. Tem recurso, verba, existem federações que precisam ser orientadas, tem federações que precisam ter incentivo, existem amadores, enfim, o esporte em geral. Ocupar a mente do jovem significa afastar ele do tráfico de drogas e essa comissão de esportes vai trabalhar intensamente neste segmento junto com o presidente Bobô, que também é da bancada do esporte. Nós temos aí uma bancada de esporte com Roberto Carlos, Manassés e Bobô.

 

6) Como empresário o senhor tem ajudado muito a cidade de Jacobina com o time de futebol. Como é que o senhor vai continuar ajudando como parlamentar, visto que o município lhe deu praticamente 10% da sua votação?

Em Jacobina eu consegui uma quantidade de votos expressiva. Jacobina é um lugar que eu passei a admirar e a gostar não só da cidade, mas também do povo e tive como parâmetro o esporte, o futebol. Jacobina é uma cidade que respira futebol, respira esporte em geral porque tem a corrida, judô, futebol feminino, é uma região realmente que pratica muito esporte e as autoridades locais não têm visto isso, o potencial para diminuir a violência, ajudar na parte da saúde. Sou um deputado que vou trabalhar intensamente na área de esporte em Jacobina e não só na área de esporte. Vou dar o exemplo em relação ao fato de eu fazer parte da comissão da área de saúde. Tinha um hospital de hemodiálise que estava sendo fechado em Jacobina e esse hospital atende toda a região. Através de uma conversa que eu tive com o secretário de saúde foi feito um compromisso para que esse hospital não fosse fechado, muito pelo contrário, fosse ampliado e voltasse a funcionar e atender a demanda de toda a região.

 

Carine Andrade / Ascom PSB-Bahia

22/04/15